
Crescimento e GH
9 de setembro de 2019
Diabetes na infância
9 de setembro de 20191- Por que todos (pais, governo, escolas e sociedade) têm que estar envolvidos na causa Obesidade Infantil?
Vários fatores estão envolvidos no desenvolvimento do sobrepeso e obesidade infantil. O estilo de vida adotado pela população “moderna” tem consequências diretas no aumento de peso – consumo cada vez maior de produtos industrializados que possuem em sua composição grande quantidade de sal e conservantes além do sedentarismo.
O desequilíbrio do balanço energético que determina o excesso de peso (sobrepeso e obesidade) decorre, em parte, das mudanças do padrão alimentar aliados à reduzida prática de atividade física, tanto no período laboral como no lazer. As causas não são apenas individuais, mas também ambientais e sociais, sobre as quais o indivíduo, em muitas ocasiões, tem pouca capacidade de interferência. Nesta perspectiva, o enfrentamento desta situação requer que o Estado, pais, escolas e sociedade adotem medidas complexas e ações articuladas. Diante disto, é fundamental articulação de todos os atores na prevenção e controle da obesidade infantil, englobando ações de educação e formação da hábitos de vida saudáveis, promoção de ambientes saudáveis, proteção contra estratégias que dificultem ou confundam as crianças para adoção de alimentação saudável, garantia do acesso e disponibilidade de alimentos saudáveis, garantia de um cuidado em saúde integral, dentre outros.
2 – Há outros motivos que levam à obesidade além da alimentação inadequada?
A obesidade é multifatorial. Ainda que o ganho excessivo de peso esteja relacionado diretamente ao consumo alimentar e prática de atividade, diversos fatores impactam fortemente nessas práticas. Nesse sentido, é patente que as causas da obesidade não são apenas individuais, mas também ambientais e sociais, sobre as quais o indivíduo, em muitas ocasiões, tem pouca capacidade de interferência. Grande exposição das crianças à publicidade de alimentos não saudáveis, comercialização de alimentos não saudáveis em escolas, baixo acesso e disponibilidade a alimentos saudáveis, dificuldade de acesso a informações confiáveis sobre alimentação saudável, rotulagem nutricional pouco clara, baixo preço de alimentos não saudáveis e estrutura insuficiente ou inadequada para prática de atividade física são exemplos de motivos que contribuem para a obesidade.
3 – Quando uma criança é considerada obesa e quando ela está apenas acima do peso?
Há diversos métodos para avaliar se o peso de uma pessoa é excessivo. Na prática clínica cotidiana e para a avaliação em nível populacional, recomenda-se o uso do Índice de Massa Corporal (IMC) por sua facilidade de mensuração e por ser uma medida não invasiva e de baixo custo. O IMC é estimado pela relação entre o peso e a altura do indivíduo, expresso em kg/m2 (ANJOS, 1992). O IMC, além de classificar o indivíduo com relação ao peso, também é um indicador de riscos para a saúde e tem relação com várias complicações metabólicas.
A Caderneta de Saúde da Criança apresenta uma tabela no qual indica o IMC da criança partir do peso e altura. Este valor é plotado na curva, em relação à idade, e assim permite a avaliação do estado nutricional da criança.
O referencial para classificar o estado nutricional de crianças menores de 5 anos são as curvas de crescimento infantil propostas pela Organização Mundial da Saúde em 2006 (OMS, 2006), e para as crianças de 5 a 10 anos incompletos a referência da Organização Mundial da Saúde lançada em 2007 (OMS, 2007). Confira na caderneta:
http://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/caderneta_saude_crianca_menina.pdf
4 – O que a obesidade interfere na vida da criança a longo prazo?
Crianças com obesidade aos 2 anos tem 75% de chance de ser obeso na vida adulta. O desenvolvimento de obesidade infantil está relacionado com diversas doenças, como diabetes, resistência a insulina, hipertensão, dislipidemias, distúrbios psicológicos, complicações gastrointestinais, doenças cardiovasculares.
5 – Qual o primeiro passo para ajudar uma criança obesa ou com sobrepeso?
É fundamental que haja acompanhamento profissional para realização do diagnóstico de sobrepeso ou obesidade nas crianças e orientação quanto ao tratamento mais adequado. Os pais e cuidadores devem estar sensibilizados com o problema, no entanto, é imprescindível que não haja culpabilização nem da criança e nem dos pais nesse momento. Deve-se buscar estratégias efetivas e sustentáveis no âmbito individual, familiar, escolar, comunitário e nos demais espaços em que a criança está inserida, de forma que a adoção de hábitos de vida mais saudáveis seja facilitado e promovido.
Pais, responsáveis e os governos têm papéis fundamentais na luta contra a Obesidade Infantil. Isso acontece por meio de atenção à alimentação, à atividade física e ao tempo de exposição das crianças às telas e contando com políticas públicas que assegurem acesso a alimentos de qualidade, entre outras ações. Veja como todos, juntos, podemos enfrentar o problema.